Escola Brasileira de Psicanálise Movimento Freudiano

Cartel Trans
Integrantes:
Ana Gabriela Cruz Araujo dos Santos, André Cavalcante, José Caminha, Vitor Netto. Mais-um: Isidoro Eduardo Americano do Brasil.
O grupo se propõe a estudar o que seria o fenômeno da Transexualidade dialogando com algumas ideias propostas pela Psicanálise. São muitas as questões que o tema suscita: diante da banalização das intervenções cirúrgicas e da crescente discussão acerca das questões de gênero poderíamos falar de um evento do corpo mutilado e não mais de um fenômeno? Qual o papel enganador do eixo imaginário?
Dentre as questões apresentadas, enumeramos: Se a sexualidade psíquica e o sexo anatômico não guardam relação entre si, o que a Psicanálise pode nos dizer sobre a diferença sexual ou sobre o desejo de mudar de sexo, mesmo que apenas no campo imaginário?
Tratamentos hormonais e cirurgias são temas que me provocam a pensar e estudar. Colocados como uma solução para o desconforto de ter um corpo em desarmonia com a própria imagem, prometem uma solução objetificando o corpo e mantendo-o isolado da vivência subjetiva. Afastada da promessa milagrosa da ciência, gostaria de me apoiar no discurso psicanalítico para pensar a passagem ao ato do transexual.
Em Lacan, me ocorre a construção “A mulher não existe”, e que talvez possa ser pensada também para o transexual. O transexual não existe?
Lacan, no seminário 20, diz que o homem e a mulher não são nada mais que significantes. A partir desses significantes pretendo pensar significantes o significante trans, como categoria que engloba identidades de gênero como travesti, homem trans, mulher trans, não-binários, entre outras. O que esses significantes podem nos dizer sobre a forma pela qual os sujeitos emergem no simbólico?
Referências bibliográficas:
De Freud: "Sobre o narcisismo: uma introdução", v. XIV, p.85-122. e
"A pulsão e seus destinos", v. XIV, p.129-164.
“Três ensaios sobre a sexualidade”
De Lacan: “O eu e o outro". In: O SEMINÁRIO — Livro 1: os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1979a. Cap. IV, p.50-65.
“As psicoses”, Seminário 3.
"A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud”.
“Introdução do grande outro”. In: O SEMINÁRIO — Livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1985. Cap.XIX,p.296-311.
“O estádio do Espelho como formador do EU” In: ESCRITOS. São Paulo, Perspectiva, 1978c.
“A significação do falo”. In: ESCRITOS. São Paulo, Perspectiva, 1978c. p.261-73.
“O sujeito e o outro (I): a alienação. In: O SEMINÁRIO” — Livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1979b. Cap.XVI,p.193-204.